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limbos verdes

limbos verdes

03 Set, 2023

são flores

 

'a flor é o apêndice que permite às plantas - ou, mais precisamente, à sua parte mais evoluída, as angiospermas - cumprirem esse processo de absorção e de captura do mundo. ela é um atractor cósmico  , um corpo efémero, instável, que permite perceber - quer dizer, absorver- o mundo e filtrar dele as  formas mais preciosas para assim ser modificado(...)'

a vida das plantas, emanuele coccia

 

 

olhar para a forma como nos relacionamos com as flores, neste período em que vivemos, em que grande parte do seu comércio tem origem em geografias distantes, implicando por isso viagens e consumos energéticos elevados, por outro lado, as flores silvestres que vão crescendo 'espontaneamente' em cada local são, na  maioria das vezes, vistas como 'lixo' que tem de ser limpo ou ignoradas.

( há muitos anos que a minha intuição me diz que as plantas silvestres que crescem num determinado local não o fazem de forma aleatória. há toda uma dinâmica de equilíbrios que nos escapa, nas cores, formas, propriedades, energia que trazem a um dado local. o documentário que sugiro mais à frente reforça este papel pouco ou nada aleatório das plantas. há uma relação permanente com o que a envolve)

com o aquecimento global do planeta e períodos de seca cada vez mais frequentes as flores silvestres tornam-se cada vez mais escassas/raras. 

com o intensificar deste cenário- e será já nos próximos anos- tendo a achar que serão vistas - por mais pessoas-  como mais valiosas, uma maior consciência da necessidade de proteção , e que a presença mais próxima da comunidade seja estimulada/apreciada. notícias comoesta podem ser um indicador de um novo caminho. assim espero. 

 

nos últimos anos - e finalmente !- a ciência tem verificado uma série de comportamentos no reino vegetal ajudando a trazer alguma 'luz' para a forma como vemos as plantas e como nos relacionamos com elas. a ciência vai respondendo a cada momento às perguntas que coloca. portanto, muitas outras perguntas importa fazer.

neste documentário é demonstrado como elas se relacionam com os polinizadores, alterando a sua estrutura num curto período de tempo, para se adaptar ao meio - aos seus parceiros, neste caso - revelando uma sensibilidade que continua a ser difícil para nós humanos entender. vejam. vale mesmo a pena! 


temos mais caminhos a fazer até ao reino vegetal do que imaginamos. esquecemos facilmente que faz - efectivamente- parte da nossa ancestralidade. há mais em comum entre nós do que julgamos. 


IMG_5912.jpeg

coisas que não me saem da cabeça, por razões diversas ( ou será a mesma?) : 

 

• 3.ª e  última semana de obras em casa. finalmente já posso tomar duche sem ter de ir a casa da irmã. a seguir, e para concluir, desmontar uma estufa de 600 metros quadrados. e depois, venham as somas e as multiplicações que tanto anseio. sim? pode ser? 

• um carpinteiro vai começar a transformar uma cabine telefónica de madeira, que pertencia a familiares meus, e muito usada aqui na aldeia nos anos 1980, numa altura em que os telefones eram escassos e as pessoas usavam bastante o telefone público que existia dentro desta cabine. em breve será uma mini biblioteca.


• tenho ampliado várias fotografias - em filme- que por aqui tinha partilhado, no blogue. certas imagens precisam de dimensão para serem vistas. os ecrans dos telemóveis são demasiado pequenos. surgiu a possibilidade de expôr uma série delas no centro da cidade num futuro próximo. 

 

• já tinha referido em diversos posts a importância de nos relacionarmos com as plantas em geral, e com as árvores em particular.  com mais consciência. observar a sua beleza - tronco, ramos, folhas, sons, movimento... - e agradecer tudo o que nos dão - oxigénio, madeira, alimentação, energia, medicamentos, .., - maseste vídeo ultrapassou a minha imaginação. não consigo parar de o ver.