orquídeas silvestres, 2021
actualizado com vídeo
Himantoglossum robertianum, a gigante das orquídeas avistada ainda em dezembro de 2020
a partir de 11 de fevereiro, e pela primeira vez, avistei diversas Ophrys fusca com algumas diferenças relativas à dimensao/cor das flores. as primeiras encontrei-as em locais de maior altitude e com uma estrutura mais pequena. as últimas -a partir de 1 março- mais altas e com flores maiores encontradas num local com sombra parcial e de menor altitude.
Ophrys lutea, pela primeira vez, a partir de 19 fevereiro. fiquei impressionado pela quantidade e pela localização- num terreno relativamente próximo de minha casa. pela altura delas passaram despercebidas durante vários anos, porque ficaram quase cobertas pelo verde das plantas vizinhas.
Orchis italica a partir de 19 fevereiro. tão bom encontrar pequenas diferenças na cor/estrutura das flores ao longo deste período, como podem confirmar nestas imagens - e não corresponde à totalidade- a diversidade deste género.
Aceras anthropophorum, também a partir de 19 de fevereiro, e pela primeira vez.
a 27 de fevereiro, para minha surpresa completa, encontrei pela primeira vez uma pequena 'comunidade ', concentrada num único local, de Ophrys bombyliflora ou a orquídea zangão.
a partir de 4 março fui encontrando a Cephalanthera longifolia. afastei-me um pouco mais - 2kms- e avistei dezenas e dezenas desta beleza simples.
para encontrar esta espécie tive de ir à serra do socorro - 18 março. nenhum dos pés da Ophrys tenthredinifera rebentou por aqui, como vinha sendo hábito nos últimos anos. - quando alerto para a fragilidade delas é porque, efetivamente, basta utilizar mais produtos mais 'agressivos' na agricultura que envolve estes locais, e elas desaparecem. como tenho verificado na aldeia, a população não as conhece. ou seja, também não as protege na forma como se relaciona com a 'terra'. é uma das minhas 'lutas' por aqui...
também pela primeira vez, encontrei este ano alguns pés deste híbrido: Orchis x bivonae e um único pé da orquídea espelho- ophrys speculum subsp. lusitanica - 19 março
Anacamptis pyramidalis, a partir de 22 de março. desde tons rosa intenso até ao branco
a partir de 4 abril: as Serapias parviflora
asOphrys scolopax, a partir de 10 abril
as Ophrys apifera estiveram especialmente bonitas neste 2021. também a partir de 10 abril.
a 22 de abril encontrei pelo segundo ano um único pé desta Anacamptis coriophora mas desta vez a inflorescencia estava em mau estado, parecendo ter sofrido com algum fungo.
no mês de março visitei a serra de montejunto onde avistei várias orquídeas silvestres aqui mencionadas. entre elas a Orchis mascula
pode rever as orquídeas silvestres 2020aqui.
[ a grande maioria destas orquídeas desenvolve-se num raio de 500m a 2 km de minha casa - na verdade, pelo segundo ano consecutivo, cresceram no meu quintal a Ophrys apifera - orquídea abelha - e em 2021 a Aceras anthropophorum. sou um privilegiado por ter dois blocos de solo - um bem maior do que o outro - nesta área, onde estas plantas autóctones se desenvolvem - por serem naturais deste local, por terem passado por um processo de adaptação ao meio. no caso das Ophrys ainda é mais especial porque a adaptação é também relativa aos polinizadores. a forma da flor comunica/fala diretamente com eles. e isso não é mágico? um ser vegetal que imita animais/ insectos com quem partilha o local onde vivem, que 'observa' o que está à sua volta e comunica transformando a sua forma, relacionando-se assim com o meio, com o outro... está na altura de vivermos mais 'este' mundo e, principalmente, deixá-lo viver. parece-me.]