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limbos verdes

limbos verdes

13 Jan, 2022

notas 6

1 ano

 

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1 ano de limbos verdes.


1)  a forma que encontrei para aqui me expressar, ao longo deste ano, tornou-se numa especie de exercício orgânico - honesto, penso eu - ai o auto elogio, começa bem... eheh. numa fase inicial pensei na possibilidade de gerir o conteúdo de outra forma/formula. mas cada vez me fez menos sentido. assim, este espaço tornou-se numa extensão minha - do meu olhar/mente e, por vezes, do meu coração e da minha alma - e não tanto um depósito de informações variadas - provável que não seja tão interessante para uma série de pessoas, acredito, mas é o que me faz sentido neste período da minha vida. depois de vários anos a dar formação e a produzir plantas, tornar este espaço numa repetição do passado, não me interessou. 

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2) quando começou a ser pensado, já andava a fotografar com a diana f +, a tal da lente de  plástico, mas só a meio do ano as imagens por ela captadas começaram a ser partilhadas. tem uma série de limitações. não é possível focar, por exemplo. mas sinto-a como um objeto desafiante - ando a namorar uma máquina com mecanismo pinhole em madeira,é linda, não é? - ficou assim registado neste blogue um movimento que eu próprio fui fazendo nestes últimos tempos, com mais consciência :

•  imagens precisas, muito definidas, de pormenor -> para imagens mais desfocadas, com menos detalhe, com mais 'espaço/tempo' entre os objetos

•da partícula - matéria  -> para o vazio - ou para a energia que nele possa passar - talvez, por vezes, 'a energia que cria mundos',  who knows- acho esta expressão deliciosa! 

• do visível-> para o invisível, de certo modo

 

 

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o mesmo ser vegetal fotografado com a mesma técnica- pinhole - com uma diferença de 30m, aproximadamente, entre as duas imagens. a última ficou impressionante por lembrar tanto uma cabeça/ cérebro humana/o e com tons azul/vermelho. tão interessante, do meu ponho de vista, porque simboliza todo um contraste/amplitude/polaridade que é característico do ser humano, que cada um de nós tem em si - pensamentos/emoções; ação/afeto; masculino/feminino. 

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3) de um ponto de vista mais pessoal, foi um ano especial:

• encontrei a flor mais bonita que alguma vez vi - aquele 'metal e veludo' tão bem ligados, uma subtileza tão rica, que nem damos pelo suposto contraste. duvido que encontre algo mais belo neste tempo de vida - sei que é um pensamento inútil, mas... 

• fiz as fotografias com mais interesse, mais especiais, para mim pelo menos. podem não dizer nada ao resto do mundo, mas para mim várias delas dizem-me muito.  o meu eu mais profundo esteve presente quando as fiz , de tal forma que quando as observo o coração de imediato reconhece e desperta. embora sinta que tenho - quase - tudo por fazer

voltei a meditar diariamente, alguns ajustes no tipo de meditação e só posso recomendar que também o façam. estou a preparar um post sobre a minha relação com  estas técnicas. não sei quando, mas deverá ser concluído e partilhado num futuro próximo. fui encontrando, ao longo deste ano, um bem estar, uma 'coerência' do pensar e do sentir  que me tem trazido  boas e inesperadas surpresas - sorry pela redundância. não sei precisar neste momento as substâncias que o meu corpo anda a produzir, mas são maravilhosas! acho que nunca estive  tão desperto, com uma confiança no imprevisível, um sonhar acordado, como agora. quando nos ajustamos  com aquilo que realmente somos, só pode correr bem.

 

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4) sei que continuarão a surgir imagens ao longo deste ano -de diferentes câmeras e de diferentes locais. tenho muita vontade de viajar e fotografar a vegetação de outros sítios. há caminhos - também fotográficos- que se abriram e que continuarei a seguir. fotografar em modo pinhole tem sido tão estimulante: a ideia de registar 'sucessões de agoras', de fixar  parcelas de 'contentamento'/tempo, - menores ou maiores... 

5) também sei que vou aventurar-me na multiplicação de orquídeas silvestres - por sementeira.  'jardins de orquídeas silvestres, já!' :) - quero treinar no meu terreno, que está muito próximo do local onde elas vivem. não sei se será fácil, mas sei que tenho de o tentar/fazer. 

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EC4BC8F0-0582-4317-95DA-3B0D581D3EEB.jpegvoltarei ao tema das janelas/portas no post sobre a meditação/plantas que estou a escrever. 

 


6) deixo aqui uma fotografia do primeiro rolo de todos , quando voltei a pegar na dianaf + -dezembro 2020-não gostei dela  na altura - este rolo já tinha sido usado, só descobri depois- mas, hoje, vejo-a com algum carinho. foi feita quando estava a pensar no nome para o blogue - domínio- e andava a refletir na palavra atmosfera. quis pôr  um céu debaixo da copa de uma árvore. não está bem conseguida, mas partilho-a neste post, porque acabou por fazer parte deste processo. não foi de propósito, mas acabei por colocar uma fotografia que tem a ver com esta no início do post. se repararem, em cima à direita, estão algumas árvores. quase não se nota, mas é uma versão desta fotografia, de certo modo.

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7) deixo tambémaqui um apanhado feito pelo meu telemóvel - há semanas decidiu mostrar-me - com imagens do dia preciso em que o blogue nasceu. curioso porque algumas árvores  fotografadas há um ano surgem agora captadas pela diana f+ com as técnicas que entretanto encontrei para registar  - de forma mais fiel à minha percepção - o que me rodeia, o que por - mim - aqui  passa. 

 


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pos.si.bi.li.da.de
 
pusibiliˈdad(ə)
nome feminino
 
1.
qualidade do que pode realizar-se; eventualidade
2.
aquilo que pode acontecer; alternativa; caso
3.
capacidade de fazer ou realizar algo; faculdade
4.
oportunidade
5.
plural meios de que se pode dispor
6.
plural posses; rendimentos
7.
plural capacidade


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movimentos vários numa sucessão de agoras.

fotografia em modo pinhole com dupla exposição - esperei vários meses para conseguir faze-la. esta posição específica do sol,  atrás deste forte, só ocorre nesta altura do ano. pode não parecer, mas a localização do sol é fundamental para concretizar esta dupla exposição. 


8) do som  :
 
 
 

9) concluir o post deste 1.ºaniversário com uma banda sonora- acima - e com a descrição de uma imagem/vídeo, na impossibilidade, até hoje, de a registar com  dignidade: 
 
uma das belezas que por aqui habita são  grupos de passarinhos - têm metade do tamanho de um pardal . formam pequenas nuvens. o movimento de cada um deles, enquanto avança, sobe e desce  ligeiramente - tem poderes hipnóticos - a poucos metros do solo, na procura de sementes. o som, suave. na maioria das vezes não tenho sequer o impulso de filmar, porque não quero deixar de receber aquela informação, aquelas imagens em movimento - uma ou outra vez tentei mas são tão pequenos que  a lente tem dificuldade na focagem. ao final da tarde as asas refletem o sol dourado, enquanto batem rapida e repetidamente. indivualmente parecerem desajeitados - tendo a identificar-me um pouco - mas quando  olhamos para o todo percebemos afinal uma ordem ou equilíbrio. percebo-os como se fossem uma respiração ou um pulsar subtil  da terra, como se cada pequena nuvem destes pequenos pássaros fosse um coração, que parece que se vai desintegrar mas que permanece um todo, na cadência expansão/contração ... um todo livre.

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tune in 
 
e portanto, que neste novo ano, aquilo que procuramos nos encontre.