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limbos verdes

limbos verdes

ou postais

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há 2 dias este sítio fez 2 anos. 

o post pretende assinalar o aniversário deste blogue, não com imagens recentes - tenho uma série delas por revelar, mas ainda não me foi possível- mas com esta imagem feita alguns dias antes do seu nascimento  - se não me falha a memória.
lembro-me o que senti quando disparei por duas vezes para a registar - double exposure -  num final de tarde, já quase sem luminosidade alguma.

2 pinheiros rodeados por funcho.
escapes secos - visíveis - do ano que tinha passado , mas o aroma que se sentia no local era dos rebentos novos, ainda com poucos centímetros.

ciclos que terminam e que começam.

na natureza estes processos são facilmente percebíveis. 

outro elemento desta fotografia é um ninho enorme que está no pinheiro à esquerda. representa/simboliza a expansão de vida que as árvores proporcionam .

de todas as fotografias que fiz em filme, apesar de várias outras terem sido mais desafiantes tecnicamente, esta continua a ser a mais especial - os amantes da fotografia pela fotografia não verão aqui nenhuma composição extraordinária.

por vezes tenho uma forte intuição que depois se confirma, e foi o que aconteceu aqui.
se me tivesse demorado uns 5 minutos a fotografia não teria sido possível, pois a luz não seria suficiente apesar da sensibilidade do filme. 

lembro-me que tuitei naquela noite sobre estes minutos, sobre esta imagem que tinha acabado de fazer e que, apesar de a minha mente não ter percebido tudo - ou muito pouco-,  senti que seria única, que seria especial para mim. visualizei-a logo, naquela noite, ampliada e pendurada numa parede de casa. foi a primeira fotografia deste período, quando decidi voltar a fotografar com a diana f 10 anos depois, que gostei verdadeiramente. soube antes de a ver. 

durante estes 2 anos  também me tenho sentido a expandir de uma forma que não conhecia antes, completamente nova. este blogue é a prova disso. fui despindo camadas como nunca tinha feito. ao partilhar alguns 'olhares' nalguns posts senti por vezes vulnerabilidade, porque parecia-me estar num 'território desconhecido'. mas depois percebemos que afinal ela  , a vulnerabilidade, não está assim tão distante da força. 

por aqui  foram ficando uma espécie de fragmentos dessa expansão, do olhar em volta e para dentro, e a tentativa de comunicar estes movimentos, a perceção deles. 

postais da ...